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Artigo: A construção social da Favela do Esqueleto (1934-1935)


Recenseamento na Favela do Esqueleto em 1964. Foto: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
Recenseamento na Favela do Esqueleto em 1964. Foto: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.

Durante as últimas décadas muito se avançou em relação às pesquisas de Ciências Humanas tendo a favela como objeto. Isto se deve ao movimento de luta pela preservação da memória desses espaços, permeado por uma valorização patrimonial, mas também se deve ao fato de mais intelectuais orgânicos dessas localidades alcançarem espaços na academia para desenvolver pesquisas desse tipo.


A história foi uma das últimas disciplinas das Ciências Humanas a se apropriar da favela enquanto um objeto de observação, compreensão e que produziu categorias novas de análise por se diferenciar dos demais fenômenos urbanos e sociais. Esse atraso do encontro da história com as favelas se deve muito à escassez de documentação e má conservação e acesso daquelas existentes, o que torna difícil o trabalho de análise e cruzamentos de fontes primárias realizado pelos historiadores. Nesse sentido, a pesquisa com escalas de análise reduzidas, ou seja, focadas em uma só localidade, permite um trabalho analítico mais minucioso com as fontes sobre o local, e se tornou uma alternativa viável para historiadores tomarem a favela como um objeto historiográfico.


Utilizando fontes de jornais, documentos oficiais da Prefeitura do Distrito e do governo federal entre o período de 1934 e 1965, uma pesquisa sobre a extinta Favela do Esqueleto, que viveu durante essas décadas no terreno hoje ocupado pelo Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está sendo desenvolvida pela historiadora Emmanuelle Torres, mestranda em História Social da Cultura pela PUC-Rio. Emmanuelle é, também, educadora de História e coordenadora do Pré-vestibular Comunitário CPV-CEASM. Após o falecimento de seu avô materno em 2020, Adolfo Torres, a historiadora se lembrou de um relato dele em que mencionava ter morado “ali onde é a UERJ”, dessa forma atentando para a especificidade da história dessa favela, ainda que muito comentada por conta do período de extinção em massa de favelas na cidade, não foi estudada profundamente.


Favela do Esqueleto em 1964. Foto: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.
Favela do Esqueleto em 1964. Foto: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro.

Assim, o objeto foi tomado para estudo, com foco de análise na construção social daquele local, isto é, as atenções dessa pesquisa são voltadas às ações dos moradores na construção espacial, social e subjetiva da Favela do Esqueleto, ainda que dialogue com fontes produzidas pelo Estado. Na busca de evidenciar o protagonismo dos moradores de favela na luta pelo direito à cidade e à cidadania, a pesquisa se integra no fluxo de contribuições desse tipo para o debate historiográfico sobre favela.


Leia o artigo, presente nos Anais da XV Semana de História Política:


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